Os Museus de História Natural têm como tradição apresentarem coleções de fósseis e modelos anatômicos em seus acervos, itens estes que ajudam a contar a história da vida na Terra em seus detalhes mais precisos e curiosos. Com o avanço da tecnologia, esses espaços vêm incorporando, cada vez mais, recursos digitais que ampliam o alcance educativo e tornam as exposições mais interativas e acessíveis. O Lab Humanix, representa uma solução completa e inovadora nesse processo, já que, através de suas múltiplas funcionalidades, é capaz de integrar conteúdos de anatomia humana contemporânea com possibilidades de diálogo interativo com a paleontologia.
A Humanix possibilita a manipulação e dissecação de modelos anatômicos tridimensionais realistas, além de permitir a renderização de exames de imagem reais e a geração de modelos 3D que retratam casos clínicos. Dessa forma, o visitante consegue visualizar detalhadamente o corpo humano em cortes, simulações e camadas anatômicas. Quando incorporada ao acervo de um Museu de História Natural, a mesa potencializa uma conexão direta entre o passado e o presente, ao permitir comparações morfofuncionais entre estruturas humanas modernas e os fósseis de espécies extintas. Como indicam Yammine e Violato (2015), ferramentas digitais de visualização em 3D aumentam a compreensão espacial e facilitam o aprendizado de conceitos complexos como os de anatomia comparada.
A convergência entre paleontologia e anatomia digital oferece aos visitantes uma experiência educativa que transcende a observação passiva, tornando-se interativa, crítica e investigativa. Para Falk e Dierking (2016), museus que estimulam a participação ativa fomentam maior engajamento e apropriação do conhecimento, sobretudo quando envolvem componentes sensoriais e cognitivos integrados. O Lab Humanix, ao ser manipulada pelo visitante, transforma o corpo humano em objeto de pesquisa e descoberta, assim como os fósseis.
Neste sentido, a inserção do Lab Humanix em Museus de História Natural não apenas fortalece o ensino de anatomia, mas também cria pontes inovadoras entre a biologia humana e a evolução das espécies. Ao unir fósseis e corpos virtuais em uma mesma narrativa expositiva, os museus otimizam sua missão educativa, tecnológica e social, preparando-se para os desafios da mediação científica no século XXI.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOTELHO, M. N.; SILVA, M. C. Representatividade corporal nos materiais didáticos de ciências da saúde: uma análise crítica. Revista Educação em Questão, v. 55, n. 47, p. 141–159, 2017. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/educacaoemquestao. Acesso em: 01 Ago. 2025.
CURY, Marília Xavier. Ética e museus: reflexões sobre o tratamento de restos humanos em acervos científicos. Cadernos Museológicos, v. 8, n. 2, p. 120–135, 2019. Disponível em: https://cadernosmuseologicos.museus.gov.br. Acesso em: 01 Ago. 2025.
FALK, J. H.; DIERKING, L. D. The Museum Experience Revisited. Walnut Creek: Left Coast Press, 2016.
YAMMINE, K.; VIOLATO, C. A meta-analysis of the educational effectiveness of three-dimensional visualization technologies in teaching anatomy. Anatomical Sciences Education, v. 8, n. 6, p. 525–538, 2015.



