Exposições científicas e tecnológicas desempenham papel crucial na formação de percepções sociais sobre ciência, saúde e identidade, principalmente quando se leva em conta a forma como a anatomia humana é representada neste contexto. Uma ferramenta inovadora e cientificamente precisa que se revela capaz de contribuir ativamente para o cumprimento deste objetivo é o Lab Humanix, que incorpora a interatividade e a pluralidade na abordagem anatômica.
Desenvolvida com base em modelos do corpo humano gerados através da renderização de exames clínicos reais, o Lab Humanix permite a visualização detalhada dos sistemas anatômicos por meio de dissecações virtuais, cortes interativos e simulações clínicas. Como apontam Yammine e Violato (2015), esse tipo de tecnologia otimiza significativamente a apropriação de conceitos complexos, e a compreensão tanto da morfologia quanto da fisiologia humana, mesmo em ambientes não formais de ensino. Além disso, ao dispensar o uso de cadáveres ou peças biológicas, a plataforma atende a exigências éticas e legais cada vez mais presentes na curadoria de exposições científicas (CURY, 2019).
A representatividade corporal é outro diferencial da mesa. O visitante pode personalizar os modelos de corpos visualizados de acordo com diferentes etnias e sexos, promovendo uma experiência mais inclusiva e identificável. De acordo com Botelho e Silva (2017), a diversidade nas representações anatômicas contribui para a construção de práticas pedagógicas críticas e equitativas, inclusive nos museus, que têm papel fundamental na popularização da ciência.
Além da dimensão educativa, a mesa contribui para a transformação das exposições em experiências sensoriais e cognitivas integradas. Museus que adotam tecnologias digitais como a Humanix em suas exposições fortalecem o engajamento dos visitantes. Falk e Dierking (2016) defendem que o envolvimento emocional e interativo é essencial para a mediação científica contemporânea, além do despertar da curiosidade, empatia e reflexões éticas.
Dessa forma, ao apresentar o corpo humano de maneira acessível, interativa e representativa, o Lab Humanix evolui os ambientes de ciência e tecnologia, bem como a relação dos visitantes com este entorno, revelando-se uma solução pedagógica que amplia o papel dos museus como agentes de educação científica, inclusão e transformação cultural.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOTELHO, M. N.; SILVA, M. C. Representatividade corporal nos materiais didáticos de ciências da saúde: uma análise crítica. Revista Educação em Questão, v. 55, n. 47, p. 141–159, 2017. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/educacaoemquestao. Acesso em: 28 jul. 2025.
CURY, Marília Xavier. Ética e museus: reflexões sobre o tratamento de restos humanos em acervos científicos. Cadernos Museológicos, v. 8, n. 2, p. 120–135, 2019. Disponível em: https://cadernosmuseologicos.museus.gov.br. Acesso em: 28 jul. 2025.
FALK, J. H.; DIERKING, L. D. The Museum Experience Revisited. Walnut Creek: Left Coast Press, 2016.
YAMMINE, K.; VIOLATO, C. A meta-analysis of the educational effectiveness of three-dimensional visualization technologies in teaching anatomy. Anatomical Sciences Education, v. 8, n. 6, p. 525–538, 2015.



