O estudo da anatomia humana tem sido atrelado, historicamente, à dissecação de cadáveres, recurso considerado essencial para a compreensão da morfologia. No entanto, a manutenção de laboratórios tradicionais enfrenta obstáculos financeiros, éticos, ambientais e logísticos, especialmente no contexto universitário contemporâneo. Considerando esse cenário, a adoção de tecnologias digitais interativas, como a Mesa Digital de Anatomia Humanix, aparece como uma alternativa sustentável e solução completa, eficaz e economicamente viável para instituições de ensino superior.
A conservação de corpos humanos envolve o uso de substâncias químicas tóxicas, como o formol, cujo manuseio exige infraestrutura especializada e implica riscos ocupacionais à saúde de professores e estudantes (COLEMAN; KOGAN; O’CONNOR, 2014). Outro contraponto é a obtenção e o gerenciamento de cadáveres, que seguem procedimentos legais complexos, responsáveis por inviabilizar o seu uso contínuo. Nesse sentido, plataformas digitais como a Humanix dispensam a necessidade de insumos biológicos e reduzem drasticamente os custos com materiais, descarte de resíduos e manutenção laboratorial.
A substituição parcial ou total da dissecação tradicional por ferramentas digitais representa uma alternativa mais econômica, alinhando-se a uma visão mais sustentável da educação superior. Segundo Estai e Bunt (2016), recursos tridimensionais promovem aprendizagem significativa com impacto ambiental reduzido. A Mesa Humanix, assim, permite a visualização anatômica em alta resolução, navegação por exames clínicos reais, integração com radiologia, tomografia e histologia, além da reutilização contínua dos conteúdos.
Vale pontuar, ainda, a longevidade da solução. Ao contrário dos modelos tradicionais, que exigem reposições frequentes de insumos, a Mesa Humanix apresenta ciclo de vida prolongado, com atualizações de software, suporte técnico contínuo e modelo de contratação baseado em Plataforma como Serviço (PaaS). Essa configuração assegura o suporte pedagógico e a capacitação contínua do corpo docente, ampliando a eficiência do uso da tecnologia sem custos adicionais.
Dessa forma, a implantação de tecnologias digitais, como a Mesa Humanix, representa não apenas uma inovação didática, mas também uma estratégia institucional de otimização de recursos e responsabilidade ambiental. Para as universidades que buscam modernizar seus cursos da saúde com foco em qualidade, segurança e sustentabilidade, trata-se de uma escolha coerente, que contempla, definitivamente, as exigências pedagógicas e os desafios econômicos da atualidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CES nº 3, de 20 de junho de 2014. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 jun. 2014. Seção 1, p. 8–11. Disponível em: https://www.in.gov.br/web/dou/-/resolucao-n-3-de-20-de-junho-de-2014-40106854. Acesso em: 6 jul. 2025.
COLEMAN, R.; KOGAN, I.; O’CONNOR, S. Formaldehyde exposure in gross anatomy laboratories. Clinical Anatomy, Hoboken, v. 27, n. 6, p. 819–825, 2014.
ESTAI, M.; BUNT, S. Best teaching practices in anatomy education: A critical review. Annals of Anatomy, Amsterdam, v. 208, p. 151–157, 2016.
